Laboratório de Arqueologia Pública Paulo Duarte

Por que Paulo Duarte?

Laboratório de Arqueologia Pública “Paulo Duarte”

Paulo Duarte (1899 – 1984) foi um intelectual e humanista que impulsionou o desenvolvimento da Arqueologia acadêmica no Brasil. Advogado de formação, trabalhou no jornal O Estado de São Paulo em 1927 e exerceu alguns cargos públicos na década de 1930, tendo a oportunidade de dialogar com intelectuais como Júlio de Mesquita Filho e Mário de Andrade, com os quais participou da criação da Universidade de São Paulo e do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atual IPHAN). De personalidade extremamente combativa, participou da linha de frente da Revolução Constitucionalista de 1932 e se levantou contra a instauração Estado Novo em 1937, sendo exiliado do país nas duas ocasiões. Em seu segundo exílio, passado boa parte em Paris, entrou em contato com o projeto humanista desenvolvido no Musée de l’Homme pelo etnólogo francês Paul Rivet, com o qual desenvolveu uma grande amizade. Ao voltar desse exílio, se dedicou a desenvolver, no Brasil, um projeto humanista nos mesmos moldes do museu parisiense, passando a lutar pela salvaguarda, pesquisa e divulgação do patrimônio arqueológico brasileiro. Assim, fundou em 1952 a Comissão de Pré-História de São Paulo e em 1959 o Instituto de Pré-História e Etnologia, o qual foi incorporado à USP em 1962 e, posteriormente, deu origem ao Museu de Arqueologia e Etnologia dessa universidade. Além disso, foi também um dos redatores da lei no 3.924 de 1961, considerada até hoje em dia um dos principais instrumentos de defesa do patrimônio arqueológico. Em 1974 começou a publicar suas memórias, um conjunto de dez tomos vencedores do prêmio Jabuti de literatura em 1976 e 1978. Até seu falecimento, dedicou-se incansavelmente à luta pela preservação do patrimônio dos indígenas brasileiros, assim como pela sobrevivência desses grupos.

 

 

O Laboratório de Arqueologia Pública – Paulo Duarte se inspira nesse intelectual e em sua incansável luta pela preservação e estudo do patrimônio arqueológico. Defende, assim como ele, que as instituições acadêmicas devem estar em constante diálogo com a sociedade, sendo seu principal objetivo a popularização do conhecimento e a transformação da sociedade por meio da ciência.

 

 

Texto Produzido por Dra. Isabela Backx